( Por Carolina Fioratti )

Já são 4,8 milhões de hectares queimados, 23 mortos e 1500 casas destruídas. Os incêndios na Austrália, em razão do verão e previsão de secas, estão longe de acabar. O fato fez os estados de Victoria e Nova Gales do Sul declararem estado de emergência. Imagens divulgadas pela Nasa mostram o nível da fumaça.

E, agora, os reflexos do desastre começam a ser notados no Brasil. No início da semana, névoas de fumaça alcançaram alguns países Sul-Americanos ─ Chile e Argentina ─ e, na última terça-feira (7), atingiram Uruguai e Brasil, sendo notadas no estado do Rio Grande do Sul.

(Duda Pinto/metSul/Reprodução)
 
A MetSul Meteorologia explica que a chegada da fumaça ocorre devido a latitude australiana e gaúcha ser a mesma, entre os paralelos 25 e 30 ao sul do Equador. Mas como ela chegou até aqui? Foram 12 mil km percorridos desde a Oceania por meio de uma corrente de vento que se movimenta de oeste a leste do globo terrestre. Bah, uma longa caminhada.A MetSul Meteorologia explica que a chegada da fumaça ocorre devido a latitude australiana e gaúcha ser a mesma, entre os paralelos 25 e 30 ao sul do Equador. Mas como ela chegou até aqui? Foram 12 mil km percorridos desde a Oceania por meio de uma corrente de vento que se movimenta de oeste a leste do globo terrestre. Bah, uma longa caminhada.
 
De qualquer forma, espera-se que a nuvem de seis mil metros não avance para outros estados brasileiros. A previsão é que ela se dissipe entre a próxima sexta-feira (10) e sábado (11) com as chuvas previstas para o Paraná e Santa Catarina.
 

Em Porto Alegre, capital do estado atingido, a fumaça é praticamente imperceptível, sendo melhor observada na fronteira oeste, ali na divisa com Uruguai e Argentina. Na região, é possível notar uma névoa de coloração cinza. Antes que o material seja levado pelas chuvas, os sulistas também podem perceber sua presença ao observar o pôr do sol. O céu se encontrará em um tom forte alaranjado devido a dispersão dos raios vermelhos solares causada pelo encontro com a fumaça.

Mas a altitude das nuvens impede que elas sejam um risco ao meio ambiente ou à saúde no Brasil. O país que tem sentido o problema mais de perto até o momento, fora a Austrália, é a Nova Zelândia. Distante dois mil km da costa do sudeste australiano, a região teve a coloração de seu céu escurecida, alcançando um tom sépia, e muitos moradores tiveram que procurar serviços de saúde com queixas de problemas respiratórios.

(Twitter / @rachelhatesit/Reprodução)
 
Fonte: SUPERINTERESSANTE
Originalmente publicada em 08/01/2020 às 17h12